Crônica

A Cultura Flashpacker

A Cultura Flashpacker

Pode parecer piada, mas o termo “backpacker”, conhecido por nós como “mochileiro”, pode estar com os dias contados. Isso porque o ITB Berlin, uma feira dedicada à indústria do turismo e composta por especialistas do setor, afirmou que o mochileiro está sofrendo uma mutação de comportamento e já não faz mais parte do perfil dos tradicionais backpackers, sendo denominado agora de Flashpacker. Vou explicar.

A Cultura Flashpacker é a Geração Y, pessoas que nasceram nos anos 80, também chamadas de geração do milênio ou geração da internet. Essa nova turma de mochileiros mudou radicalmente a forma de viajar de mochilão, simplesmente porque viajam passando menos perrengue, com mais grana no bolso e utilizando-se de uma grande ferramenta: a internet. É fácil de entender.

Leia também:

O que é ser mochileiro? | Os mochileiros do passado: uma visão retrô

Pense na tua vida: quantas viagens você já fez até hoje? Sei que é praticamente impossível de responder, mas vamos fingir que você saiba essa resposta. E dessas viagens, quantas delas você utilizou a internet como ferramenta? Muitas, é claro! Convenhamos, é praticamente impossível pesquisar o roteiro, comprar a passagem aérea, reservar hospedagem ou até mesmo fazer o check-in sem utilizar a boa e velha internet, não é?

Mas não é só isso, durante uma viagem, nós, viciados em internet, não conseguimos tirar o celular das mãos, utilizamos o Foursquare, comentamos no TripAdvisor, postamos no Instagram, anunciamos nossa viagem no Facebook, fazemos check-ins, selfies e por aí vai… Já é certo dizer que os aparelhos móveis conectados à internet passaram a ser indispensáveis para o viajante, principalmente em trips em meio às cidades.

Mochileiros e mochileiras, a verdade é que estamos infectados pelo vírus Y, somos articulados, priorizamos gastar nosso dinheirinho com viagens, gostamos de novidades, acompanhamos a evolução da sociedade e interagimos cada vez mais online, até mesmo durante uma viagem de mochilão. Tudo bem que às vezes fico pensativo com determinadas atitudes de alguns viajantes, que postam excessivamente no Facebook, fazem milhares de check-ins e postam freneticamente no Instagram, mas ok, já estou aceitando este fenômeno social no qual também faço parte.

Não adianta as gerações X e Y se estapearem em conflitos sem fim para saber qual é a melhor maneira de fazer um mochilão. A disputa não faz sentido: as épocas são tão diferentes e ninguém vai conseguir chegar a um senso comum.

Agora, nem pense em largar o celular somente para não fazer parte deste grupo. Já era, você pode ser um flashpacker! É claro que o rótulo pouco importa, o mundo está em constante mudança. E nós também. Sejamos backpackers, flashpackers, fu**packers ou qualquer outra denominação, o que vale mesmo é a experiência que adquirimos durante uma digna viagem de mochilão. E ponto final.

Foto: 123RF Banco de Imagens

Rafael Kosoniscs

Sou jornalista e publicitário, tenho 36 anos e viajo de mochila nas costas há 12 invernos. Tenho a mochilagem e o montanhismo como paixões. Vou publicar meu primeiro livro este ano – e você já está convidado(a) para o lançamento. Fique de olhos nas redes para não perder, ok? Siga: @seumochilao | @rafaelkosoniscs

4 Comentários

Clique aqui para postar um comentário

Planejamento

Inscreva-se!

Guia credenciado