Roraima

Terra de Macunaíma, onde o Brasil começa

Terra de Macunaíma

O Norte do Brasil é uma terra de lendas, está cravado em solo indígena e num lugar ligado ao passado distante. As lendas da região são muitas, e os índios revelam suas (hi) estórias para os conseguem uma ligeira aproximação. O imaginário abstrato toma conta de quem ouve – ou até mesmo de quem lê nos livros.

Poucos conhecem o extremo Norte do nosso país: um lugar de céu sempre azul, quente e com nuvens limpas. Em Roraima, terra de Macunaíma, não existe meio termo, lá é tudo exagerado, tanto pela fauna, flora e também pela distância das demais capitais do Brasil.

A miscigenação de povos é bastante visível em Roraima. Os idiomas se confundem e se misturam em cada vilarejo – até mesmo na capital Boa Vista. Os nativos possuem uma reserva ampla, um local onde as tribos convivem entre si e possuem a sorte de estarem em uma das maiores reservas indígenas do Brasil, talvez do mundo.

Roraima é a cara da cultura brasileira. Possui apenas 15 municípios, cuja população é de aproximadamente 500 mil habitantes. Praticamente todas as cidades do Estado possuem nomenclaturas indígenas. Aliás, muitos nomes da culinária local também têm a origem dos nativos, o que revela o passado ainda preservado na região. Os índios da terra de Macunaíma estão muito bem adaptados à vida urbana e social, alguns trabalham na capital Boa Vista.

São várias as etnias, as mais conhecidas são: Taurepang, Macuxi, Ianomâmi e Wai-wai, mas o sangue do Estado é bem misturado, uma vez que a formação demográfica na terra de Macunaíma é composta não apenas pelos índios, mas também por europeus e africanos. Toda essa mistura originou os mestiços, conhecidos também como caboclos. Os nordestinos também apimentaram a salada de etnias da região, dando um toque especial na formação da cultura roraimense.

Roraima é a única capital brasileira acima da linha do Equador, o que faz dela uma cidade calorosa. O Rio Branco, formado pela confluência dos rios Tacutu e Uraricoera, é um dos ícones do Estado, sendo um verdadeiro presente da natureza para os habitantes de Boa Vista, que fazem dele a sua praia, juntamente com os igarapés da região.

Roraima é assim: recheada de lendas, de calor, de natureza e de muita cultura. Salve a terra de Macunaíma.

Terra de Macunaíma
Monte Roraima, a terra de Macunaíma

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A lenda de Macunaíma

Havia uma montanha extremamente alta em Roraima, onde no topo dela existia um lago, conhecido por ser um grande expectador do amor entre o Sol e a Lua. A paixão entre os dois era praticamente impossível. O motivo? Porque quando o Sol nascia a Lua se escondia (e vice-versa). Um dia, a natureza promoveu o encontro dos dois apaixonados e, então, o eclipse se formou. Do lago cristalino da montanha surgiu Macunaíma, conhecido também como o curumim do Monte Roraima.

Macunaíma cresceu, se desenvolveu e se transformou em um bravo guerreiro. Era o grande índio da aldeia Macuxi. E, bem próximo à tribo, existia uma árvore chamada de “Árvore de todos os frutos”, na qual brotavam diversas frutas, como banana, abacaxi, melão e tantas outras. Apenas Macunaíma tinha autoridade para colher os frutos e dividi-los de forma igualitária para todos da aldeia, mas isso revoltou alguns índios e causou inveja em tantos outros. O resultado? Em uma noite, alguns da tribo roubaram os frutos e destruíram alguns galhos da árvore para tentar fazer novas árvores iguais àquela. A fantástica árvore morreu. Macunaíma se revoltou e castigou todos os culpados, ateou fogo em toda a floresta e fez com que as árvores virassem pedras. Os habitantes fugiram.

Segundo a lenda, até hoje o espírito de Macunaíma vive no Monte Roraima, e há quem ouve seus choros pela morte da “Árvore de todos os frutos”.

Rafael Kosoniscs

Sou jornalista e publicitário, tenho 36 anos e viajo de mochila nas costas há 12 invernos. Tenho a mochilagem e o montanhismo como paixões. Vou publicar meu primeiro livro este ano – e você já está convidado(a) para o lançamento. Fique de olhos nas redes para não perder, ok? Siga: @seumochilao | @rafaelkosoniscs

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