Comportamento

Uma leitura do universo viajante pós-pandemia do coronavírus

Muito se fala do mundo pós-pandemia do coronavírus. Discute-se novos hábitos, novos comportamentos e novas maneiras de se relacionar. A verdade é que muitas coisas vão mudar, de fato.

Segundo a previsão da Organização Mundial de Turismo (OMT), a crise no turismo pode permanecer até 2027, ocasionando uma mudança sem precedentes para a indústria. De uma maneira geral, todo o turismo será impactado, que terá que se reinventar frente às novas mudanças, principalmente em relação à saude. Sabendo disso, os turistas devem também assumir um novo comportamento.

Estima-se que, inicialmente, as viagens aconteçam para destinos próximos de nós e de preferência por meio de veículo próprio (e mais familiar). Depois disso, fala-se que os destinos nacionais serão os mais procurados – o Nordeste brasileiro vai receber um fluxo como nunca antes visto. E, somente após essas duas fases, que as viagens internacionais ganharão corpo, uma vez que haverá certeza do controle da pandemia. Ou seja, um novo cenário está para nascer num momento que o mundo ficou ainda mais frágil e digital.

Fim das excursões

O medo do contágio vai persistir por muito tempo; as incertezas ficarão presentes por período indeterminado; o sentimento de evitar aglomerações vai ser uma nova realidade. O resultado disso vai ser um turismo ainda mais independente e livre de amarras. As excursões, as quais as conhecemos como um amontoado de turistas, terá que ser desmembrada e reinventada por seus organizadores. Vivências individuais devem crescer.

Mais simplicidade nas viagens

A quarentena nos ensinou bastante. O que parecia sólido, esfarelou-se à nossa frente. Grandes empresas faliram; outras tantas fizeram demissões em massa. A crise chegou pra valer. E o dinheiro ganhou novo valor para a maioria de nós. A consequência disso poderá ser um consumo mais consciente, sem exageros e sem compras desnecessárias. Pode-se esperar um turismo mais pé no chão.

Mais natureza e mais experiências

Com o “fim” das aglomerações, os destinos mais procurados serão os mais afastados das cidades. Por isso, deve haver um considerável aumento por turismo de experiência. Atividades ao ar livre representarão mais segurança.

Sustentabilidade

Novos destinos podem pintar por aí. Vilarejos e comunidades, que antes eram desprezados, podem passar a receber maior fluxo de visitas. Ou seja, novos lugares podem se consolidar no mundo do turismo. Dessa forma, pequenas novas empresas podem surgir já com a ideia de fomentar um turismo mais responsável e sustentável.

A Organização Mundial de Turismo (OMT) e o Ministério do Turismo (Mtur) deverão criar novas exigências e recomendações para as empresas do segmento. Com isso, o turismo deverá ser repensado em um desenvolvimento sustentável mais completo, agregando os componentes econômicos, ambientais e sociais – não mais tão desmembrado – a fim de garantir a sustentabilidade e desenvolvimento.

Uma viagem mais inteligente

De acordo com a OMT, após a crise do coronavírus os seguintes segmentos podem deslanchar: o turismo rural, turismo de natureza, turismo de bem-estar, turismo de aventura e turismo gastronômico. Ou seja, as viagens poderão ganhar um significado além da diversão.

Universo mochileiro

O nicho mochileiro também deverá sofrer mudanças. Os hostels poderão ser reinventados, uma vez que uma das características da hospedagem é o compartilhamento de ambientes, sobretudo de dormitórios. Um aumento de segurança e higiene deverá ser uma das características do novo modelo. Quartos com menos pessoas ou até mesmo individuais ganharão uma nova demanda.

Campings

Assim como surgiu o universo Tiny House nos Estados Unidos após a crise econômica de 2008 – que consiste movimento das casas minúsculas e de baixo custo – algo semelhante pode acontecer no mundo das viagens.

Os campings deverão ser mais procurados. Eles representarão mais segurança e individualidade, além de oferecer mais economia em um momento de crise (ou pós-crise).

Muitos dos tópicos listados não passam de uma previsão. Mas é fato que haverá grandes mudanças para atender às novas exigências das entidades do turismo, bem como os ânimos e desejos do consumidor. Vamos esperar pra ver.

E você, o que acha que vai acontecer?

Rafael Kosoniscs

Sou jornalista e publicitário, tenho 36 anos e viajo de mochila nas costas há 12 invernos. Tenho a mochilagem e o montanhismo como paixões. Vou publicar meu primeiro livro este ano – e você já está convidado(a) para o lançamento. Fique de olhos nas redes para não perder, ok? Siga: @seumochilao | @rafaelkosoniscs

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