Crônica

Em tempos de pandemia, organizar a vida faz um bem danado

Ainda acho bizarro o que tem acontecido com o mundo. Não digo ‘aconteceu’ porque de fato ainda está ocorrendo, mesmo que muitos já tenham esquecido que a pandemia ainda existe. É tão sério que impactou a vida de quase todas as pessoas ao redor do planeta.

A mudança, evidentemente, chegou também a mim. Tive a sorte de não perder clientes, mas vi o mundo de muita gente desmoronar ao meu lado. E isso me machucou. Encarar mudanças drásticas não é fácil, principalmente aliada de um vírus.

Tinha planos de viajar, mas não fiquei nem 1% triste com o cancelamento das trips. Chega a ser patético pensar em viagens em um momento como esse. Tirei um ano sabático da mochilagem para encarar um ano de mudanças dentro de mim: iniciei na meditação antes mesmo da pandemia surgir – talvez esta tenha sido uma das melhores mudanças de 2020. Comecei também a praticar yoga, mas que acabou sendo interrompida logo que tudo começou a ruir. A certeza é que vou retomar assim que não houver riscos.

Enquanto os meses de quarenta passavam de maneira espantosa, aproveitei para repensar muitas coisas: hábitos, planos, objetivos de vida. Se tem algo que me orgulha é ter largado o álcool. Já faz oito meses que não sei o que é tomar uma cervejinha – e não sinto nenhuma falta. Os motivos são vários, o principal deles é que quero parar de agredir meu corpo, e sei que o álcool não é tão bacana assim. E, como já comentei por aqui, iniciei um projeto de arborização urbana que tem me trazido muita felicidade.

Outra grande mudança que surgiu com a quarentena foi a oportunidade de mudar de cidade. Enfim, vou ter o meu canto: uma janela para chamar de minha e um espaço para receber amigos. Também estou muito feliz por isso. 

Já ouvi dizer que logo o mundo volta a ser o que era. Pode até ser verdade, afinal de contas as coisas tendem a ser o que sempre foram. Mas, sinceramente, eu não quero voltar ao meu ser do passado. Eu quero ser melhor. E quero isso todos os dias.

 

Rafael Kosoniscs

Sou jornalista e publicitário, tenho 36 anos e viajo de mochila nas costas há 12 invernos. Tenho a mochilagem e o montanhismo como paixões. Vou publicar meu primeiro livro este ano – e você já está convidado(a) para o lançamento. Fique de olhos nas redes para não perder, ok? Siga: @seumochilao | @rafaelkosoniscs

2 Comentários

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  • Para quem soube aproveitar e olhar pra dentro, esse período terrível da pandemia trouxe um crescimento absurdo. Não queremos estar no momento que estamos, mas também não faz mais sentido voltar ao que era. Que esse lugar novo pra todos nós torne o mundo um lugar ainda melhor.
    Eu me identifico e passei super por esse processo também, ainda estou passando, na verdade.
    Enfim, boa sorte na nova fase e espero o convite para tomar um suco de morango na casa nova! 😉

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