Pedra do Sapo
São Paulo

Pedra do Sapo é um cenário preservado e com vista privilegiada

O senhor Nelson vive há 34 anos em Manoel Ferreira, no pequeno município de Biritiba Mirim, região de Mogi das Cruzes, cercado de pequenas montanhas. Em muitos aspectos, Nelson chama a atenção. Ele recebe de braços abertos os trilheiros que visitam o local. Dono de um pequeno sítio, sofreu um grave acidente que o deixou impossibilitado de andar sem o uso de duas muletas, mas isso não o evita de andar pelas ruas de terra do bairro, tampouco o impede de fazer novas amizades e ir ao encontro de pequenos grupos de aventureiros.

Nelson possui na pele as marcas deixadas pelo tempo. Antes de revelar a quantidade de aniversários que já passou, fez questão de pedir para eu tentar adivinhar. “Tirando esse meu acidente que me deixa estranho de muletas, quantos anos você acha que eu tenho?“. Respondi 66. De sorriso largo, Nelson revela: “vou completar 74 anos semana que vem”, mas conta que não sente o tempo passar. “Se eu não tivesse caído da escada, estaria normal, mas dou graças a Deus por estar assim, porque ainda consigo fazer tudo e todas as coisas que quero”.

Questionado sobre a quantidade de pessoas que visitam a Pedra do Sapo, o morador conta que o local é praticamente intacto. “A região pouco mudou nos últimos anos, pois desde sempre eu encontro visitantes para subir a Pedra do Sapo, mas não vejo um aumento no número de trilheiros. Parece sempre manter a média de pessoas.”

A Pedra do Sapo é um dos ícones do ecoturismo da região de Biritiba Mirim, que mesmo sem muita estrutura para receber visitantes, consegue oferecer o suficiente para atender a demanda de pessoas: restaurante e simpatia local.

Localizado às margens da Rodovia Mogi-Bertioga, o bairro Manoel Ferreira é o que dá acesso à Pedra do Sapo, está a cerca de 90km da capital paulista – 1h40 de carro ou quase 3h de metrô, trem e ônibus.

A trilha é feita em aproximadamente 3h de caminhada. Grande parte do trajeto é realizado em estrada de terra e trilha larga, que cruza fazendas, sítios e até mesmo plantações – um cenário difícil de acreditar estando relativamente próximo da capital. A outra parte do caminho é em trilha cercada por grandes árvores e vegetação mais densa, as quais exigem atenção e cuidado.

O percurso até a Pedra do Sapo não determina técnica de escalada, mas é necessário ter faro de trilha para garantir a tranquilidade na caminhada. Preparo físico mediano já será suficiente para chegar ao cume, o qual está a 990m de altitude.

Além de atingir a Pedra do Sapo, é possível ter uma bela visão panorâmica da Praia de Riviera de São Lourenço: uma cena que renderá bons cliques a quase mil metros de altitude.

Os menos acostumados a fazer trilhas, devem considerar fazer o tour com pessoas experientes – ou com o uso de GPS. Já os adeptos do esporte, não encontrarão muitas dificuldades, com exceção de algumas bifurcações que podem dificultar a encontrar o caminho correto.

Pedra do Sapo
Pedra do Sapo

A trilha, como o senhor Nelson comentou, é realmente bem preservada. Encontra-se raros traços de presenças humanas, o que faz da andança bastante prazerosa e divertida.

O baixo custo do hiking chama a atenção. É possível ir e voltar de transporte público gastando menos de R$ 20. Chega a ser difícil de acreditar que existe um lugar preservado e tão próximo da casa da gente.  

Pedra do Sapo – Informações Importantes

  • Há bifurcações no trajeto. O relato do Augusto (Trilhas, Trips e Relatos) ajuda bastante a entender o percurso;
  • GPS ajudará a garantir a segurança na caminhada;
  • A trilha possui 11 quilômetros;
  • Há 2 opções de trajetos;
  • A caminhada possui 320 metros de elevação;
  • A trilha é de nível fácil (ideal para batismos);
  • Necessário levar água desde o início (não encontrei água durante o trajeto).

Baixe aqui o tracklog da Pedra do Sapo.

Como chegar

De transporte público (gastando menos de R$ 20)

Ir até a Estação Estudantes da CPTM e pegar o circular Manoel Ferreira (Linha E392) no Terminal Estudantes (ao lado direito da estação). Os ônibus partem de hora em hora. O ponto final é o início da trilha.

Obs: O ônibus faz duas paradas: A primeira da Rodovia Mogi-Bertioga; e a outra no bairro Manoel Ferreira – é neste último que você terá que descer. O local fica um pouco depois do Km 74, antes da Rodovia cruzar a Adutora da Sabesp. 

De carro

No Terminal de ônibus Estudantes há estacionamento próximo, sendo esta boa opção, uma vez que é bastante seguro. Porém, é possível ir até o Bairro Manoel Ferreira, mas lá não tem estacionamento, existe somente um bar com espaço para deixar o carro em frente. Pedir para olharem o carro e oferecer um valor simbólico é boa opção.

Seja um trilheiro consciente

  • Acampe sem abrir clareiras;
  • Consuma refeições locais e contribua com a economia do pequeno bairro;
  • Não faça fogueiras;
  • Não suje o local;
  • Respeite os costumes e tradições do lugar;
  • Leve o seu lixo de volta.

Rafael Kosoniscs

Sou jornalista e publicitário, tenho 36 anos e viajo de mochila nas costas há 12 invernos. Tenho a mochilagem e o montanhismo como paixões. Vou publicar meu primeiro livro este ano – e você já está convidado(a) para o lançamento. Fique de olhos nas redes para não perder, ok? Siga: @seumochilao | @rafaelkosoniscs

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